Ação pró-topless da Cervejaria Irada! divide opiniões

A Cervejaria Irada! lançou uma ação em defesa da legalização do topless. Na edição de domingo do jornal O Globo, a marca anunciou que oferecerá um chope grátis às mulheres que estiverem na praia do Leblon sem a parte de cima do biquíni.

Após a publicação, as opiniões se dividiram nas redes sociais questionando o tom da propaganda e levantando questões como o assédio e objetificação da mulher. Nas redes sociais as manifestações foram diversas contra e a favor da campanha.

Reprodução da fanpage da marca

Abaixo vocês conferem o posicionamento da Cervejaria Irada e do coletivo cervejeiro feminista ELA e as polaridades que a campanha colocou em cena.

Felipe Nogueira, sócio da Irada! falou ao site Maria Cevada sobre a ação:

A campanha #ToplessIrado durará até o topless ser visto com naturalidade. Quando este momento chegar, a campanha deixará de fazer sentido. Até lá, temos um longo caminho de conscientização sobre o direito à igualdade e o empoderamento da mulher. Fomos muito criticados por pessoas que diziam que a campanha objetificava a mulher (se tivéssemos feito uma campanha contra o topless, provavelmente teríamos levado porrada do mesmo jeito). Pois as convido a pesquisarem um pouquinho da história da IRADA! através de nossas ações e postagens para ver se há alguma inclinação sexista, seja pro homem, seja pra mulher. Não há, nem vai haver. A prova disso é que nossos vendedores estão instruídos a não darem o chopp gratuito para mulheres que simplesmente resolverem tirar o biquíni na hora, somente para aquelas que JÁ ESTIVEREM fazendo topless. A nossa marca é tão democrática quanto a praia, um espaço de todos. A IRADA! é uma cerveja de todos. Faz desde rodas de samba até festas para bancos. Aliás, este posicionamento é espelhado não só em nosso marketing, mas também – e principalmente – em nosso produto, cuja característica é ser extremamente “acessível” a todos os paladares, agradando iniciantes e iniciados. E é sob o signo da democracia, da igualdade, do respeito às diferenças e do alto astral (parece que hoje em dia as pessoas estão sempre armadas em suas trincheiras, embebidas de suas posições políticas) que seguiremos. Respeitando inclusive visões que se confrontem com a nossa e a liberdade de escolha individual. Cada um escolhe a cerveja que quiser, inclusive. Estaremos sempre abertos ao diálogo. Por fim, somos contra radicalismos e acreditamos que aquilo que é bonito é sim para ser mostrado“.


O coletivo feminista cervejeiro ELA se pronunciou oficialmente sobre o assunto:

“O ELA, como coletivo de mulheres atuantes no mercado de cerveja, tem receio que a campanha simplifique a questão da nudez feminina,  incentive o assédio e a exploração da imagem do corpo feminino. O coletivo apoia a liberdade das mulheres com seu corpo, claro, e aponta: melhor seria se todas se sentissem a vontade pra fazer topless, amamentar ou sair com roupas decotadas sem julgamentos ou receio de sofrer qualquer tipo de assédio, físico ou verbal. Focamos os nossos esforços para desconstruir o comportamento de objetificação e sexualização do corpo da mulher para a venda de cervejas, mostrando a posição que hoje temos como consumidoras, entendedoras, produtoras e apreciadoras. Acreditamos no valor que existe em apoiar a ideia do “meu corpo, minhas regras”, mas também colocamos como discussão que nenhuma ação pode ser descontextualizada da nossa realidade social. Qualquer proposta que faça a sugestão de exposição do corpo da uma mulher em troca de cerveja, pode, além de causar constrangimento das suas vontades, regredir com toda a desconstrução que temos tentado trabalhar, não só no meio cervejeiro, como na nossa participação na sociedade como um todo”.


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